Manual da Igreja 2022 - Capítulo 3 - Organização e Autoridade
A organização da igreja se baseia em princípios divinos. “Nunca permitam que as ideias de alguém perturbem sua fé com relação à ordem e harmonia que deve existir na igreja. [...] O Deus do Céu é um Deus de ordem e exige que todos os Seus seguidores tenham regras e regulamentos para preservá-la” (Testemunhos Para a Igreja, v. 5, p. 231 [274]
Base Bíblica Para a Organização
“O governo de Israel se caracterizara por sua maravilhosa organização, simples e completa ao mesmo tempo. A ordem, tão admiravelmente demonstrada na perfeição e disposição de todas as obras criadas por Deus, era evidenciada na maneira como se organizava a sociedade hebraica. Deus era o centro da autoridade e do governo, o Soberano de Israel. Moisés desempenhava o papel de líder visível do povo, indicado pelo Senhor para administrar as leis em Seu nome. Dos anciãos das tribos, foi mais tarde escolhido um concílio de 70, para auxiliar Moisés nos negócios gerais da nação. Em seguida vinham os sacerdotes, que consultavam o Senhor no santuário. Chefes ou príncipes governavam as tribos. Abaixo deles estavam os ‘chefes de milhares, chefes de cem, chefes de cinquenta, chefes de dez’ e, por último, oficiais que poderiam ser empregados no desempenho de deveres especiais (Dt 1:15)” (Patriarcas e Profetas, p. 320 [374]).
A igreja do Novo Testamento revela a mesma perfeição em sua organização. O próprio Cristo, que formou a igreja (Mt 16:18), “dispôs os membros, colocando cada um deles no corpo, como Ele quis” (1Co 12:18). Ele lhes concedeu dons e talentos adequados para as funções a eles incumbidas e os organizou em um corpo vivo e ativo, do qual Ele é a cabeça.
“Porque assim como num só corpo temos muitos membros, mas nem todos os membros têm a mesma função, assim também nós, embora sejamos muitos, somos um só corpo em Cristo e membros uns dos outros” (Rm 12:4, 5). “Ele [Cristo] é a cabeça do corpo, que é a igreja. Ele é o princípio, o primogênito dentre os mortos, para ter a primazia em todas as coisas” (Cl 1:18).
“Ora, os dons são diversos, mas o Espírito é o mesmo. E também há diversidade nos serviços, mas o Senhor é o mesmo” (1Co 12:4, 5). “Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, mesmo sendo muitos, constituem um só corpo, assim também é com respeito a Cristo” (1Co 12:12). “Ora, vocês são o corpo de Cristo e, individualmente, membros desse corpo. A uns Deus estabeleceu na igreja, primeiramente, apóstolos; em segundo lugar, profetas; em terceiro lugar, mestres; depois, operadores de milagres; depois, os que têm dons de curar, ou de ajudar, ou de administrar, ou de falar em variedade de línguas” (1Co 12:27, 28).
Importância da Organização
“Alguns têm apresentado o pensamento de que, ao nos aproximarmos do fim do tempo, todo filho de Deus agirá independentemente de qualquer organização religiosa. Mas fui instruída pelo Senhor de que nesta obra não há coisa que se assemelhe à ideia de cada pessoa ser independente” (Testemunhos Para Ministros, p. 489).
Propósitos Missionários da Organização
As condições que os adventistas do sétimo dia enfrentam ao partilhar a mensagem sobre Jesus com pessoas de outras religiões são semelhantes, em grande medida, àquelas com que os apóstolos se depararam. A maneira conforme eles conduziram a missão nos instrui hoje. Embora modificassem sua abordagem de acordo com o público, jamais se desviaram de proclamar a singularidade de Jesus como a única esperança do mundo. Jamais sugeriam que estavam ali para ajudar os ouvintes a alcançar uma experiência espiritual mais profunda dentro da religião que estes já professavam. Pelo contrário, desafiavam as pessoas a aceitar a salvação oferecida em Cristo.
“Aumentando o nosso número, tornou-se evidente que sem alguma forma de organização haveria grande confusão, e a obra não seria levada avante com êxito. A organização era indispensável para prover a manutenção dos pastores, para levar a obra a novos campos, para proteger dos membros indignos tanto as igrejas como os pastores, para a conservação das propriedades da igreja, para a publicação da verdade pela imprensa, e para muitos outros fins” (ibid., p. 26).
Modelo do Novo Testamento
A princípio, os apóstolos constituíram um concílio para dirigir as atividades da igreja em Jerusalém (At 6:2; 8:14). Quando aquele grupo se tornou tão grande que a administração de seus assuntos práticos se tornou um problema, foram designados diáconos para cuidar dos negócios da igreja (At 6:2-4).
Mais tarde, outras organizações se desenvolveram, não apenas na Ásia, mas também na Europa, e isso exigiu avanços em questões de organização. Na Ásia Menor, anciãos foram ordenados “em cada igreja” (At 14:23). A extensão da obra ao longo das várias províncias do Império Romano exigiu a organização de igrejas no que poderia ser chamado de Associações (Gl 1:2). Assim, passo a passo, se desenvolveu a organização na Igreja Primitiva. À medida que surgiam necessidades, Deus dirigia os líderes de Sua obra de tal maneira que, em conselho com a igreja, desenvolveram uma forma de organização que protegeu os interesses da obra.
A Organização da Igreja Hoje
“Cada membro da igreja tem participação na escolha dos oficiais da igreja. Esta escolhe os oficiais das Associações. Os delegados escolhidos pelas Associações escolhem os oficiais das Uniões; e os delegados escolhidos por estas escolhem os oficiais da Associação Geral. Por meio desse sistema, cada Associação, instituição, igreja e pessoa, quer diretamente, quer por meio de representantes, participa da eleição dos homens que assumem as responsabilidades principais na Associação Geral” (ibid., v. 8, p. 194 [236, 237]).
Na estrutura da Igreja Adventista do Sétimo Dia, nenhuma entidade determina seu próprio status nem suas funções como se não tivesse obrigações para com a família da Igreja além de seus próprios limites.
Esboço da Organização Denominacional
1. Igreja Local – Um grupo de membros em determinada localidade que obteve o status oficial de igreja mediante votação dos delegados reunidos em uma assembleia da Associação ou Missão.
2. Associação Local – Um grupo de igrejas locais, em uma área geográfica definida, que, por voto da Comissão Diretiva da Divisão em uma de suas reuniões plenárias de metade ou de fim de ano ou do concílio quinquenal, recebeu o status oficial de Associação/Campo da Igreja Adventista do Sétimo Dia e posteriormente aceito, em uma assembleia da União, como parte da irmandade de Associações/Missões (ver p. 20, 21).
3. União de Igrejas – Um grupo de igrejas em uma área geográfica definida que obteve, por uma Assembleia da Associação Geral, o status oficial de União de Igrejas com o status de Associação ou Missão.
4. União-Associação ou União-Missão – Um grupo de Associações e/ou Missões, em uma área geográfica definida, cujo status oficial de União-Associação ou União-Missão tenha sido conferido por uma Assembleia da Associação Geral.
5. Associação Geral e suas Divisões – A Associação Geral representa a expressão mundial da Igreja. O corpo de oficiais é definido por sua Constituição.
Organização e Autoridade
A Bíblia é o fundamento e a fonte de crença e prática. Sobre essa base, a Associação Geral em assembleia determina a declaração das Crenças Fundamentais da Igreja.
Dessa forma, as organizações da Igreja ao redor do mundo reconhecem a Associação Geral reunida em assembleia como a voz da Igreja.
Função das Instituições
Os níveis organizacionais da Igreja operam uma variedade de instituições educacionais, de saúde, de publicações e outras instituições que procuram, em nome de Cristo, atender às necessidades de um mundo transtornado.
Nenhuma organização ou instituição da Igreja assume a responsabilidade por obrigações financeiras, débitos, atos ou omissões de qualquer outra organização da Igreja simplesmente por causa de sua afiliação.
Autoridade na Igreja Primitiva
Como Criador, Redentor e Mantenedor, Senhor e Rei de toda a criação, unicamente Deus é fonte de autoridade para a Igreja. Ele delegou autoridade a Seus profetas e apóstolos (2Co 10:8). Estes, portanto, ocuparam uma posição crucial e singular na transmissão da Palavra de Deus e na edificação da igreja (Ef 2:20).
A Igreja Primitiva assumiu a responsabilidade pela pureza na doutrina e prática. Os anciãos (ou bispos) detinham larga autoridade. Uma de suas principais funções era o cuidado pastoral geral e a supervisão (At 20:17-28; Hb 13:17; 1Pe 5:1-3), com encargos especiais, como dar instrução quanto à sã doutrina e refutar os que a contradiziam (1Tm 3:1, 2; Tt 1:5, 9). Eles eram instruídos a “[provar] os espíritos para ver se procedem de Deus” (1Jo 4:1) ou, nas palavras de Paulo, “[julgar] todas as coisas, [e reter] o que é bom” (1Ts 5:21).
O mesmo era verdade no que diz respeito ao exercício da disciplina (Mt 18:15-17), a qual oscilava desde a admoestação particular e cuidadosa (cf. Mt 18:16; Gl 6:1) até a remoção da condição de membro (Mt 18:18; 1Co 5:11, 13; 2Co 2:5-11).
Desse modo, a Igreja tem autoridade para estabelecer suas próprias regras de governo.
A Associação Geral, a Autoridade Suprema
Quando surgirem divergências na igreja ou entre uma igreja e a Associação ou outra instituição, as questões que não forem mutuamente solucionadas podem ser levadas para a organização de nível imediatamente superior.
“Fui muitas vezes instruída pelo Senhor de que o juízo de pessoa alguma deve estar sujeito ao juízo de qualquer outro ser humano. Nunca se deve considerar que a mente de um indivíduo ou de umas poucas pessoas seja suficiente em sabedoria e autoridade para controlar a obra e dizer quais são os planos que devem ser seguidos. Mas, quando, numa Assembleia Geral, é exercido o juízo dos irmãos reunidos de todas as partes do campo, independência e juízo particulares não devem obstinadamente ser mantidos, mas renunciados. Um obreiro nunca deve considerar virtude a persistente conservação de sua atitude de independência, contrariamente à decisão do corpo geral” (ibid., v. 9, p. 203).
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