Ministério Pastoral, página 211 - Disciplina Eclesiástica
Embora não seja compatível com as inclinações naturais do pastor, ele deve advertir, repreender o pecado e corrigir os erros – O pastor terá muitas palavras diretas e francas para dirigir-se àqueles que necessitam delas; pois, quando Deus encarrega o homem de fazer Sua obra, lhe dá a responsabilidade de cuidar das pessoas como quem terá de prestar contas. Sempre que necessário, deve-se dar advertências, repreender o pecado, e corrigir erros e males, não apenas do púlpito, mas também através de trabalho pessoal.
Essa é uma obra divina, e, embora não seja compatível com suas inclinações naturais, o pastor deve proclamar sem rodeios a verdade, que fará tinir os ouvidos dos que a ouvirem, pois deve apresentar aos que são amantes mais dos prazeres do que de Deus os perigos e riscos que estão ao seu redor e a condenação que aguarda os impenitentes. Como essa mensagem não é agradável às suas inclinações, ou bem recebida por aqueles que precisam ser advertidos, o ministro é solenemente exortado a ser fiel em sua declaração (RH, 6 de setembro de 1892).
Os pastores causam grande dano ao permitir que sua tolerância pelo que erra se transforme em tolerância pelos pecados – Às vezes, os ministros do evangelho causam grande dano permitindo que sua tolerância pelo que erra se transforme em tolerância pelos pecados, e até mesmo em sua participação neles. Assim são levados a desculpar e passar por alto o que Deus condena; e, depois de certo tempo, tornam-se tão cegos que chegam a louvar aqueles a quem Deus manda reprovar (AA, p. 504).
A única salvaguarda contra esses perigos é juntar a perseverança com a devoção a Deus – reverenciar o Senhor, Seu caráter e Sua lei, e ter sempre em mente o temor a Ele. Pela comunhão com Deus, através da oração e da leitura de Sua Palavra, devemos cultivar tal senso da santidade de Seu caráter que consideremos o pecado como Ele o considera (Sketches from the Life of Paul, p. 322)
página 212-214
Se os ministros lidassem, no momento certo, com os que erram, evitariam o acúmulo de erros e salvariam almas da morte. Se o trabalho de repreensão é negligenciado por um pastor e levado a sério por outro, os que foram repreendidos ficam com a impressão de que o ministro que não lhes apontou os erros era um bom pastor. Mas não é esse o caso; ele foi apenas um pregador, não um colaborador de Deus para eliminar o pecado. Com a mansidão de Cristo, você deve fazer o trabalho que comprove plenamente seu ministério. Deve demonstrar sincero pesar pelo pecado, mas não manifestar um zelo não santificado ao repreender o erro.
Todos os seus esforços devem ser feitos com longanimidade e doutrina; e, se os resultados de seu trabalho forem pequenos, não se desanime. Essa experiência produzirá a manifestação de tolerância e paciência. Continue trabalhando, seja discreto e perspicaz, e saiba quando falar e quando guardar silêncio (RH, 28 de setembro de 1897).
Os que manifestam solidariedade deturpada pelos que estão sob disciplina não os estão ajudando – Vi que alguns se tornaram muito zelosos por você, achando que não foi tratado com justiça por seus irmãos do ministério. Esses deveriam se manter de lado e ser honestos em confessar seus erros, deixando que você assuma a culpa das próprias faltas. Deus deseja que elas permaneçam até você removê-las por meio de arrependimento e confissão sincera. Esses que têm manifestado solidariedade desvirtuada por você não podem ajudá-lo. Que eles manifestem zelo, arrependendo-se das próprias apostasias e deixando-o ficar em pé por si mesmo. Você saiu totalmente do caminho, e, a menos que faça uma obra completa, confesse seus pecados sem censurar seus irmãos, e esteja disposto a ser instruído, não poderá ter nenhuma parte com o povo de Deus (T1, p. 319).
Há perigo de se fazer coisas demais para resolver dificuldades – Os sinceros crentes na verdade são entristecidos, e suas provas e aflições grandemente aumentadas pelos elementos que entre eles os aborrecem, desalentam e desanimam em seus esforços. Mas o Senhor ensinava a Seus servos uma lição de grande cuidado em todos os seus passos. “Deixem que cresçam juntos” (Mt 13:30). Não arranquem à força o joio para que, ao tirá-lo, não aconteça que as plantas boas sejam arrancadas também. Tanto os pastores quanto os membros da igreja devem ser muito cautelosos, para que não nutram zelo sem entendimento. Há perigo de se fazer na igreja coisas demais para sanar dificuldades que, se deixadas em paz, são resolvidas, muitas vezes, por si mesmas. É um método ruim, em qualquer igreja, tratar os assuntos prematuramente. Temos que exercer o maior cuidado, paciência e domínio sobre nós mesmos, para suportar essas coisas, e não agir por impulso para colocá-las em ordem (T3, p. 113, 114).
A ATITUDE NA DISCIPLINA Jesus manifestou amor e ternura para com os que erram – Penso na busca do pastor pela ovelha perdida, e [na história] do filho pródigo. Desejo que essas parábolas exerçam influência sobre meu coração e sobre minha mente. Penso em Jesus – que amor e ternura Ele manifestou pelo ser humano errante e caído; e então penso no juízo severo que alguém pronuncia sobre seu irmão que caiu em tentação, e meu coração adoece. Vejo corações de ferro, e acho que devemos orar pedindo corações de carne. Quanto anseio que Jesus venha! Quanto anseio que Ele ponha as coisas em ordem! “Vem, Senhor Jesus, e vem logo” é minha oração (MR16, p. 339).
Não prejudique a autoestima de quem erra – Precisamos aprender uma lição de bondade e misericórdia da vida de abnegação do Pai. Precisamos estudar como mostrar nossa compaixão e nosso amor para com os outros. Assim como recebemos esse dom inestimável, também devemos reparti-lo. Devemos aprender como administrar com amor e bondade, e não com severidade e censura. Quando uma pessoa reconhece seu erro, não a trate de maneira que lhe tire a autoestima. Não procure machucar, mas enfaixar e curar.
Você pode ver os erros de um irmão. Mas pode ser que ele não seja capaz de discernir seu mau procedimento; e lhe pode ser difícil saber como agir. Mas nunca siga uma conduta que lhe dê a impressão de que você se considera superior. Você pode pensar que seus sentimentos, ideais e organização sejam superiores aos dele, mas não procure tornar isso óbvio, pois tal atitude está totalmente em desacordo com a verdadeira distinção e nobreza de caráter. Não estamos aqui para ferir a alma dos que erram, mas para ir a eles com humildade e oração. Quando o ministro do evangelho, com o coração subjugado pelo amor e pela graça de Cristo, entra em contato com as mentes humanas, pode revelar suas qualidades superiores, não destruindo a esperança e a coragem, mas inspirando fé no descrente, erguendo as mãos cansadas e fortalecendo os joelhos fracos (RH, 21 de novembro de 1899).
O bom pastor se achega à ovelha perdida, não com voz ríspida, mas com um tom suave e persuasivo – A vida do pastor é cheia de perigos. Se for um pastor íntegro, não procurará sua própria comodidade, mas buscará a ovelha perdida em meio à tempestade e à tormenta. Talvez a encontre na fenda de uma rocha, sem poder sair. Ela é assaltada por temores a cada passo. O bom pastor não se aproxima com voz ríspida, xingando a pobre ovelha amedrontada, mas fala com ela de modo compassivo, em tom suave e persuasivo, de modo que, ao ouvir-lhe a voz, ela o seguirá, a menos que esteja presa nas rochas ou embaraçada num espinheiro. Nesse caso, a única maneira pela qual o pastor poderá encontrar a ovelha é seguindo o balido de aflição que a extraviada envia em resposta ao seu chamado. E, quando o bom pastor encontra a perdida, ele a coloca sobre o ombro e a leva de volta ao redil, alegrando-se a cada passo (YI, 28 de abril de 1886).
Páginas 98-99
O amor genuíno por Cristo conduzirá diretamente à obediência sincera de toda a lei de Deus – Mesmo que os homens afirmem que se alegram na intercessão e graça de Jesus Cristo, eles não devem se esquecer de que a harmonia com Cristo não pode ser obtida enquanto existir em seu coração um espírito de luta contra os mandamentos de seu Pai. O amor genuíno por Jesus Cristo conduzirá diretamente a uma obediência sincera de toda a lei de Deus, e haverá o mais profundo arrependimento cada vez que quebrem, ou ensinem os homens a quebrar, por seu exemplo, o menor dos mandamentos de Deus.
Os ministros que acalmam a consciência das pessoas ao participarem com eles na transgressão por qualquer motivo estão se regozijando na iniquidade. E quando Cristo vier para julgar os corações mais obstinados, os jactanciosos mais confiantes de suas realizações religiosas, enquanto quebravam a lei de Deus, desmaiarão e serão reprovados, e então toda desculpa será silenciada, todo coração corrupto em sua desobediência será revelado como realmente é. Haverá recriminações entre os companheiros por lançarem desprezo sobre a lei de Deus; mas as denúncias mais severas serão feitas contra o pastor infiel que professou ser um enviado de Deus para ensinar-lhes o caminho da salvação. Tentadores e tentados sofrerão a condenação segundo sua responsabilidade e o dano que tiverem causado ao levarem almas à transgressão.
De todos os crimes que Deus castigará, nenhum é tão grave aos Seus olhos como aqueles que tentam e animam outros a pecar. Deus espera que os Seus ministros em todos os lugares se mostrem sempre decididamente do lado do Senhor, sendo fieis aos Seus mandamentos num mundo rebelde, repreendendo assim ao desobediente, ainda que seja difícil ou contrário aos seus sentimentos naturais. “Aos que Me honram, honrarei” (1Sm 2:30), diz Deus. Deus espera que Seus representantes sejam verdadeiros e fiéis, e que exaltem a dignidade de seu chamado (ST, 20 de maio de 1880).
Páginas 196-197
O NEGATIVO
O pregador adventista não deve deixar de pregar sobre a culpa, o erro e o pecado como parte da mensagem a Laodiceia – Os pastores que pregam a verdade presente não devem negligenciar a solene mensagem dirigida aos laodiceanos. O testemunho da Testemunha Verdadeira não é uma suave mensagem. O Senhor não lhes diz: “Vocês estão mais ou menos bem; vocês têm sofrido castigos e reprovações que nunca mereceram; vocês têm sido desnecessariamente desencorajados pela severidade; vocês não são culpados de erros e pecados pelos quais têm sido reprovados” (TS1, p. 332).
Não escolha temas que agradam às pessoas e não ofendem ninguém – Alguns ministros escolhem para seus sermões temas que agradam às pessoas e não ofendem a ninguém. Isso é negar a cruz de Cristo. Você vê um homem egoísta; outro controlado pelo orgulho ou paixão; outro roubando a Deus nos dízimos e ofertas, e outro duvidando e descrendo. Não deixe que esses enganados permaneçam cegos pelo inimigo quanto à sua condição espiritual. Para cada um deles há uma mensagem especial na Palavra de Deus. Ore pedindo sabedoria para poder apresentar as instruções da Palavra sagrada, de tal maneira que todos possam ver suas deficiências de caráter, e o que se espera deles a fim de que se submetam ao verdadeiro padrão. Ganhe sua confiança e apreço. Faça com que vejam a verdade como é em Jesus para habitar em seu coração; pois não há outro poder que possa manter firme a alma (RH, 17 de junho de 1884).
Páginas 267-268
Os problemas são solucionados quando nos aproximamos dos outros com um espírito manso, bondoso e misericordioso – Nunca coloque em dúvida os motivos de seus irmãos, pois, assim como você os julgar, Deus declara que você será julgado. Abra o coração à bondade, aos alegres raios do Sol da Justiça. Nutra pensamentos bondosos e santas afeições. Cultive o hábito de falar bem de seus irmãos. Não deixe que o orgulho ou a justiça própria o impeça de fazer uma confissão franca e completa de suas más ações. Se não ama aqueles pelos quais Cristo morreu, você não tem amor genuíno por Cristo, e sua adoração será como oferta defeituosa diante de Deus. Se alimenta pensamentos indignos, julgando mal a seus irmãos e suspeitando mal deles, Deus não ouvirá suas orações presunçosas e cheias de exaltação própria. Quando se dirige àqueles que você julga estarem agindo mal, você deve ter um espírito de mansidão, de bondade, e estar cheio de misericórdia e bons frutos. Não mostre parcialidade a uma ou mais pessoas, nem negligencie a outros de seus irmãos porque não se harmonizam com sua índole. Tenha o cuidado de não tratar asperamente a quem você pensa que cometeu erros, enquanto outros, mais culpáveis e merecedores de repreensão, e que deveriam ser severamente censurados por sua conduta anticristã, são apoiados e tratados como amigos (RH, 12 de março de 1895).
Resolver os problemas consultando uns aos outros – O Espírito de Cristo é entristecido quando algum de Seus seguidores demonstra possuir um espírito rude, injusto e exigente. Como colaboradores de Deus, cada um deve considerar o outro como membro da grande empresa de Deus. Ele deseja que consultemos uns aos outros. Não deve haver separações, pois o espírito de independência desonra a verdade que professamos. Uma evidência especial de que o Espírito de Cristo habita em Sua igreja é a unidade e harmonia que existe entre seus membros. Esse é o mais radiante testemunho que alguém pode oferecer da verdadeira religião, pois esta converterá e transformará o homem natural e o modelará à semelhança divina (RH, 18 de fevereiro de 1909).
Um espírito acusador impede a solução de problemas – Alguns imaginam que é seu dever ser reparadores da igreja [NÃO É PARA SER REPARADOR E RESTAURADOR? COMO EXAMINAR ISSO?]. Seus sentimentos naturais têm prazer em procurar faltas e defeitos nos outros; observam cuidadosamente para ver se descobrem algo para censurar, e se tornam mais e mais estreitos em suas ideias, até estarem prontos a fazer de alguém, por uma palavra, um ofensor. Nas reuniões de sábado, quando todos deviam estar individualmente envolvidos na adoração a Deus, permite-se o surgimento de um espírito acusador, e um faz acusação contra o outro. Esse espírito é totalmente oposto ao de Cristo, e leva à dissensão e contenda. Deus não aceita tal adoração da mesma maneira como não aceitou a oferta de Caim. Não há maior obstáculo para o crescimento na graça do que essa tendência para criticar e condenar os outros. Temos visto em nossa experiência esse espírito acusador entrar gradualmente no coração dos membros até fermentar quase toda a igreja, e o resultado foi que restou muito pouco da santidade real ou do espírito de Cristo (HS, p. 212, 213).
[E os que ela diz que devem ser severamente censurados por sua conduta anticristã? E a forma firme que ela diz dever ser tomada para com os que persistem no erro? E as palavras anteriores sobre não permitir a tolerância para com o que erra? O que é repreender com amor? E a afirmação de que a mensagem não será, muitas vezes, agradável aos corações dos não inclinados a obedecer? E a afirmação de que há pastores que só dão palavras agradáveis que não ofendem ninguém? (ou seja, não é o se sentir ofendido que torna a palavra inadequada)], etc, etc, etc [aqui, muitos usam como justificativa para nunca agir energicamente, quando o que ela está enfatizando são as atitudes para com aqueles que: desconhecem os erros que cometem, estão dispostos e demonstram interesse em mudar, não estão prejudicando aberta e declaradamente toda a igreja, e assim sucessivamente.
Próximo ponto: Testemunhos Seletos - Volume 2 - Selo de Deus
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