Há um só Deus: Pai, Filho e Espírito Santo, uma unidade de três Pessoas coeternas.
Deus é imortal, onipotente, onisciente, acima de tudo e sempre presente.
Ele é infinito e está além da compreensão humana, mas é conhecido por meio de sua autorrevelação.
Deus, que é amor, para sempre é digno de culto, adoração e serviço por parte de toda a criação.
Um dos mais básicos mandamentos das Escrituras é “amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento” (Mt 22:37; cf. Dt 6:5). Não podemos amar alguém a respeito de quem nada conhecemos; por outro lado, não poderemos descobrir as coisas profundas de Deus por meio de investigação (Jó 11:7). Assim, de que modo poderemos conhecer e amar o Criador?
Deus pode ser conhecido
A maior manifestação do amor de Deus veio através de Sua suprema revelação – Jesus Cristo, seu Filho. Pela vida de Jesus, podemos conhecer o Pai. Como João afirma: “Também sabemos que o Filho de Deus é vindo e nos tem dado entendimento para reconhecermos o verdadeiro; e estamos no verdadeiro, em Seu Filho, Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna” (1Jo 5:20). E Jesus disse: “E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (Jo 17:3).
Como obter o conhecimento de Deus
Referindo-se à sabedoria dos incrédulos, Paulo exclamou: “Então, o que acontece com esses sábios, esses eruditos, esses brilhantes comentaristas das grandes questões mundiais? Deus fez com que todos eles parecessem ridículos, e mostrou que a sabedoria deles é uma tolice inútil. Deus, em sua sabedoria, providenciou para que o mundo nunca encontrasse a Deus por meio da inteligência humana. E então, Ele se manifestou e salvou todos quantos creram em sua mensagem – essa mesma que o mundo considera absurda e ridícula” (1Co 1:20, 21, A Bíblia Viva).
A existência de Deus
A intuição de que Deus existe é encontrada mesmo entre aqueles que não têm acesso à Bíblia. Essa revelação geral de Deus fez surgir considerável número de clássicos argumentos racionais em favor da existência de Deus. 2
Evidências das Escrituras
Há suficientes evidências da existência de Deus para convencer todo aquele que, de maneira séria, busca descobrir a verdade sobre Ele. Contudo, fé é um pré-requisito, pois “sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam” (Hb 11:6).
Entretanto, a fé em Deus não é cega. Baseia-se, antes, em suficientes evidências que podem ser encontradas em ambas as revelações de Deus – as Escrituras e a natureza.
O DEUS DAS ESCRITURAS
Os nomes hebraicos de Deus, tais como El e Elohim (“Deus”) revelam seu divino poder. Retratam a Deus como o todo-poderoso, o Deus da criação (Gn 1:1; Êx 20:2; Dn 9:4). Elyon (“Altíssimo”) e El Elyon destacam o elevado ou exaltado status divino (Gn 14:18-20; Is 14:14). Adonai (“Senhor”) retrata a Deus como o legislador poderoso (Is 6:1; Sl 35:23). Todos esses nomes enfatizam o majestoso e transcendental caráter de Deus.
Outros nomes podem, às vezes, revelar a Deus como Alguém que deseja entrar em relacionamento com seu povo. Shaddai e El Shaddai identificam o Deus todo-poderoso, a fonte de toda bênção e conforto (Êx 6:3; Sl 91:1).
O nome Yahweh, 3 também traduzido como Jeová ou Senhor, salienta a fidelidade e a graça de Deus na manutenção do concerto (Êx 15:2, 3; Os 12:5, 6). Em Êxodo 3:14, Yahweh descreve a si próprio como “Eu Sou o Que Sou” ou “Eu Serei Aquilo Que Serei”, indicando a inalterabilidade do relacionamento que Ele mantém com seu povo. Em certas ocasiões, Deus até mesmo se revelou de modo mais íntimo como “Pai” (Dt 32:6; Is 63:16; Jr 31:9; Ml 2:10) no momento em que identifica Israel como “meu filho, meu primogênito” (Êx 4:22; cf. Dt 32:19).
As Atividades de Deus
Os autores bíblicos se ocupam mais tempo em descrever o que Deus faz do que em dizer o que Ele é. Deus é apresentado como criador (Gn 1:1; Sl 24:1, 2) e como sustentador do mundo (Hb 1:3). Ele é também redentor e salvador (Dt 5:6; 2Co 5:19), que carrega sobre si o fardo do destino último da humanidade. Ele estabelece planos (Is 46:11), faz predições (Is 46:10), concede promessas (Dt 15:6; 2Pe 3:9) e perdoa pecados (Êx 34:7). Consequentemente, Ele é digno de adoração (Ap 14:6, 7).
Os atributos de Deus
Os atributos incomunicáveis incluem alguns aspectos da natureza divina de Deus, os quais não podem ser concedidos a seres criados. Deus possui “vida em si mesmo” (Jo 5:26); portanto é autoexistente. Ele possui vontade independente (Ef 1:5) e poder próprio (Sl 115:3).
Ele é onisciente, pois conhece todas as coisas (Jó 37:16; Sl 139:1-18; 147:5; 1Jo 3:20); na qualidade de Alfa e Ômega (Ap 1:8), Ele conhece o fim desde o princípio (Is 46:9-11).
Deus é onipresente (Sl 139:7-12; Hb 4:13), e assim transcende todo o espaço. Logo, Ele se encontra presente de modo pleno em cada região do espaço.
Ele é eterno (Sl 90:2; Ap 1:8), e assim transcende os limites do tempo, estando plenamente presente em todos os momentos do tempo.
Deus é plenamente poderoso – onipotente – e pode realizar tudo aquilo que deseja; nada lhe é impossível (Dn 4:17, 25, 35; Mt 19:26; Ap 19:6). Ele também é imutável, uma vez que é perfeito. Ele diz: “Eu, o SENHOR, não mudo” (Ml 3:6; cf. Sl 33:11; Tg 1:17). Esses atributos não podem ser comunicados porque, em certo sentido, eles definem a Deus.
A soberania de Deus
A soberania de Deus é claramente ensinada nas Escrituras. “Segundo a sua vontade, Ele opera [...] Não há quem lhe possa deter a mão” (Dn 4:35). “Porque todas as coisas tu criaste, sim, por causa da tua vontade vieram a existir e foram criadas” (Ap 4:11).
Predestinação e liberdade humana
A Bíblia revela o pleno controle de Deus sobre o mundo. Ele “predestinou” pessoas “para serem conformes à imagem de seu Filho” (Rm 8:29), para serem adotadas como seus filhos e para obterem a herança (Ef 1:4, 5, 11). O que representa tal soberania para a liberdade humana?
“Que a livre vontade humana é o fator determinante em seu destino pessoal, torna-se evidente pelo fato de que Deus continuamente apresenta os resultados da obediência e da desobediência, e insiste em que o pecador escolha a obediência e a vida (Dt 30:19; Js 24:15; Is 1:16-20; Ap 22:17); e do fato de que é possível ao crente que uma vez foi recipiente da graça, cair dela e vir a se perder (1Co 9:27; Gl 5:4; Hb 6:4-6; 10:29). [...] “Deus pode ver antecipadamente todas as decisões individuais que serão tomadas, mas em sua presciência Ele não determina quais devem ser estas escolhas. [...] A predestinação bíblica consiste no efetivo propósito de Deus, de que todos aqueles que crerem em Cristo sejam salvos (Jo 1:12; Ef 1:4- 10).” 4
Quando a Escritura afirma que Deus endureceu o coração de Faraó, está atribuindo a Deus o crédito por aquilo que Ele meramente permite, e não a responsabilidade de uma ordem sua para que aquilo ocorra. A negativa de Faraó em responder aos apelos de Deus, serve, na verdade, para ilustrar o respeito de Deus pela liberdade de escolha das pessoas.
Dinamismo interno da Divindade
A singularidade de Deus. Em contraste com o paganismo das nações circunvizinhas, Israel cria na existência de um Deus único (Dt 4:35; 6:4; Is 45:5; Zc 14:9). O Novo Testamento estabelece a mesma ênfase quanto à unidade de Deus (Mc 12:29-32; Jo 17:3; 1Co 8:4-6;Ef 4:4-6; 1Tm 2:5). Essa ênfase monoteísta não contradiz o conceito cristão de um Deus triúno ou Trindade – Pai, Filho e Espírito Santo. Em vez disso, enfatiza que não existe um panteão com várias deidades.
A pluralidade interna da Divindade
Embora o Antigo Testamento não ensine explicitamente que Deus é triúno, ele alude à pluralidade interna da Divindade.
Por vezes, Deus utiliza pronomes e verbos no plural, como : “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança” (Gn 1:26); “Eis que o homem se tornou como um de nós” (Gn 3:22); “Vinde, desçamos e confundamos ali a sua linguagem” (Gn 11:7). Por vezes, o Anjo do Senhor é identificado com Deus. Tendo aparecido a Moisés, o Anjo do Senhor disse: “Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de lsaque e o Deus de Jacó” (Êx 3:6).
Várias referências distinguem o Espírito de Deus do próprio Deus. Na história da criação, lemos que “o Espírito de Deus pairava por sobre as águas” (Gn 1:2). Alguns textos não apenas fazem referência ao Espírito, como também incluem uma terceira pessoa na obra redentora de Deus: “Agora, o SENHOR Deus [Deus Pai] me enviou a mim [o Filho de Deus] e o seu Espírito [o Espírito Santo]” (Is 48:16); “Pus [Deus Pai] sobre Ele [o Messias] o meu Espírito [Espírito Santo], e Ele promulgará o direito para os gentios” (Is 42:1).
Relacionamento funcional
A encarnação ilustra de forma bonita o relacionamento funcional entre as três Pessoas da Divindade. O Pai entregou seu Filho, Cristo deu-se a si próprio e o Espírito Santo operou a concepção de Jesus (Jo 3:16; Mt 1:18, 20). O testemunho do anjo a Maria indicou as atividades dos três no processo misterioso em que Deus Se fez homem. “Descerá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te envolverá com a sua sombra; por isso, também o ente santo que há de nascer será chamado Filho de Deus” (Lc 1:35).
Todos os membros da Divindade se achavam presentes no batismo de Cristo: o Pai lhe concedeu estímulo (Mt 3:17), Cristo apresentou-se a si próprio para ser batizado e servir-nos de exemplo (Mt 3:13-15) e o Espírito Santo deu-se a si mesmo para encher Jesus de poder (Lc 3:21, 22).
Nos dias atuais, Pai e Filho chegam até nós por intermédio do Espírito Santo. Jesus disse: “Quando, porém, vier o Consolador, que Eu vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da verdade, que dele procede, Esse dará testemunho de mim” (Jo 15:26).
diz Pedro, “segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e a aspersão do sangue de Jesus Cristo” (1Pe 1:2).
A bênção apostólica inclui as três Pessoas da Divindade. “A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós” (2Co 13:13).
Trata-se dos argumentos cosmológico, teleológico, ontológico, antropológico e religoso. Ver, por exemplo, T. H. Jemison, Christian Beliefs (Mountain View: Pacific Press, 1959), p. 72; Richard Rice, The Reign of God (Berrien Springs: Andrews University Press, 1985), p. 53-56. Esses argumentos não provam a existência de Deus, mas mostram que existe forte probabilidade de que Deus exista. Em termos últimos, contudo, a crença na existência de Deus está baseada na fé. 3
Yahweh representa uma “transliteração conjectural” do sagrado nome de Deus no Antigo Testamento (Êx 3:14, 15; 6:3). O original hebraico continha quatro consoantes, YHWH. Com o decorrer do tempo, receando profanar o nome de Deus, os judeus se recusaram a pronunciar em voz alta o sagrado nome. Em vez de fazê-lo, sempre que apareciam as consoantes YHWH eles liam a palavra ADONAI.
No sétimo ou oitavo século da Era Cristã, quando as vogais foram acrescentadas às palavras hebraicas, os massoretas supriram as vogais de Adonai às consoantes de YHWH. A combinação resultou na palavra JEOVÁ. Outras versões bíblicas preferem manter o termo YAHWEH, ou Senhor. (Ver Siegfried H. Horn, Seventh-day Adventist Bible Dictionary, editado por Don F. Neufeld, edição revista [Washington, DC: Review and Herald, 1979], p. 1192, 1193.)
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