Nisto Cremos - Crença 3 - O Pai - Resumo
Deus, o Eterno Pai, é o criador, o originador, o mantenedor e o soberano de toda a criação. Ele é justo e santo, compassivo e clemente, tardio em irar-se e grade em constante amor e fidelidade. As qualidades e os poderes manifestos no Filho e no Espírito Santo também são os mesmos do Pai.
Lampejos do Pai
Deus Pai é frequentemente mal compreendido. Muitos parecem conhecer muito bem a missão de Cristo na Terra, em favor da humanidade, bem como o papel do Espírito Santo no interior do indivíduo; mas o que tem o Pai a ver conosco? Ele, em contraste com o gracioso Filho e o Espírito, parece estar totalmente afastado de nosso mundo: o Senhor ausente, a distante causa primeira?
Ou seria Ele – segundo creem alguns – o “Deus do Antigo Testamento”, um Deus vingativo, caracterizado pelo preceito: “olho por olho, dente por dente” (Mt 5:38; cf. Êx 21:24)? Um Deus inflexível que requer obras perfeitas – ou estará pronto a punir! Um Deus que aparece em notável contraste com o quadro pintado pelo Novo Testamento, que é o de um Deus amorável que oferece a outra face e recomenda que se ande a segunda milha (Mt 5:39-41)?
Deus Pai no Antigo Testamento
Embora o Antigo Testamento faça alusão às Pessoas da Divindade, não faz distinção entre elas. Mas o Novo Testamento deixa claro que Cristo, ou Deus Filho, foi o agente ativo da criação (Jo 1:1-3, 14; Cl 1:16), e que foi Ele o Deus que conduziu o povo de Israel para fora do Egito (1Co 10:1-4; Êx 3:14; Jo 8:58). Aquilo que o Novo Testamento diz a respeito do papel de Cristo na criação e no êxodo sugere que mesmo nos tempos do Antigo Testamento somos levados a ver, muitas vezes, o quadro de Deus utilizando o agenciamento de seu Filho. “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo” (2Co 5:19). O Antigo Testamento descreve o Pai nos seguintes termos:
Um Deus misericordioso.
Nenhum ser humano pecador conseguiu jamais ver a Deus (Êx 33:20).
Disse Ele a Moisés: “E me farão um santuário, e habitarei no meio deles” (Êx 25:8). Pelo fato de ser o lugar terrestre da habitação de Deus, esse santuário se tornou o ponto central da experiência religiosa de Israel.
O Deus do concerto.
Ansioso por estabelecer relações duradouras, Deus celebrou solenes concertos com pessoas tais como Noé (Gn 9:1-17) e Abraão (Gn 12:1-3, 7; 13:14-17; 15:1, 5, 6; 17:1-8; 22:15-18; ver capítulo 7 deste livro).
Um Deus redentor.
Os Salmos revelam de modo especial a inspiração proveniente das profundezas do amorável envolvimento divino: “Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, e a lua e as estrelas que estabeleceste, que é o homem, que dele te lembres? e o filho do homem, que o visites?” (Sl 8:3, 4). “Eu te amo, ó SENHOR, força minha. O SENHOR é a minha rocha, a minha cidadela, o meu libertador; o meu Deus, o meu rochedo em que me refugio; o meu escudo, a força da minha salvação, o meu baluarte” (Sl 18:1, 2). “Pois não desprezou, nem abominou a dor do aflito” (Sl 22:24).
Um Deus de refúgio.
O tema do “refúgio”, que é recorrente nos Salmos, retrata tanto a Cristo quanto ao Pai. A Divindade era um refúgio. “Pois, no dia da adversidade, Ele me ocultará no seu pavilhão; no recôndito do Seu tabernáculo, me acolherá; elevar-me-á sobre uma rocha” (Sl 27:5). “Deus é nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações” (Sl 46:1). “Como em redor de Jerusalém estão os montes, assim o SENHOR, em derredor do seu povo, desde agora e para sempre” (Sl 125:2).
Um Deus perdoador.
Davi...Ele foi confortado pela segurança de que Deus é maravilhosamente misericordioso. “Pois quanto o céu se alteia acima da terra, assim é grande a sua misericórdia para com os que o temem. Quanto dista o Oriente do Ocidente, assim afasta de nós as nossas transgressões. Como um pai se compadece de seus filhos, assim o SENHOR se compadece dos que o temem. Pois Ele conhece a nossa estrutura e sabe que somos pó” (Sl 103:11-14).
Um Deus de bondade.
Deus é Alguém “que faz justiça aos oprimidos e dá pão aos que têm fome. [...] O SENHOR abre os olhos aos cegos, o SENHOR levanta os abatidos, o SENHOR ama os justos. O SENHOR guarda o peregrino, ampara o órfão e a viúva” (Sl 146:7-9).
Um Deus de fidelidade.
Embora Deus permitisse ao povo experimentar as calamidades decorrentes de sua infidelidade – na tentativa de corrigir os maus caminhos de Israel –, Ele ainda os manteve circundados de sua misericórdia. Ele ainda lhes assegurava: “Tu és o meu servo, Eu te escolhi e não te rejeitei, não temas, porque Eu sou contigo; não te assombres, porque Eu sou o teu Deus; Eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel” (Is 41:9, 10). A despeito da infidelidade israelita, Deus ainda lhes prometia ternamente: “Mas, se confessarem a sua iniquidade e a iniquidade de seus pais, na infidelidade que cometeram contra mim, [...] se o seu coração incircunciso se humilhar, e tornarem eles por bem o castigo da sua iniquidade, então, me lembrarei da minha aliança com Jacó, [...] com Isaque, [...] com Abraão” (Lv 26:40-42; cf. Jr 3:12).
Um Deus de salvação e vingança.
A descrição que o Antigo Testamento faz de Deus como um Deus de vingança, deve ser compreendida no contexto da destruição de seu povo fiel por parte dos ímpios. Ao apresentar o tema do “Dia do SENHOR”, os profetas revelaram os atos de Deus em favor de seu povo no tempo do fim. Trata-se de um dia de salvação para seu povo, mas um dia de vingança de seus inimigos, os quais serão destruídos. “Dizei aos desalentados de coração: Sede fortes, não temais. Eis o vosso Deus. A vingança vem, a retribuição de Deus; Ele vem e vos salvará” (Is 35:4).
Um Deus que é Pai.
Dirigindo-se a Israel, Moisés referiu-se a Deus como o Pai daquele povo, o qual havia operado a sua redenção: “Não é Ele teu pai, que te adquiriu, te fez e te estabeleceu?” (Dt 32:6). Pela redenção, Deus adotou Israel como seu filho. Isaías escreveu: “Ó SENHOR, tu és nosso Pai” (Is 64:8; cf. 63:16). Através de Malaquias, Deus estabelece o vínculo entre sua paternidade e o papel que desempenhou como Criador: “Não temos nós todos o mesmo Pai? Não nos criou o mesmo Deus?” (Ml 2:10). Deus é nosso Pai tanto pela criação quanto pela redenção. Quão extraordinária é esta verdade!
Deus Pai no Novo Testamento
O Pai de toda a criação. Paulo identifica o Pai, distinguindo-o de Jesus Cristo: “Todavia, para nós há um só Deus, o Pai, de quem são todas as coisas [...] e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós também, por Ele” (1Co 8:6; cf. Hb 12:9; Jo 1:17). O apóstolo testifica: “Por esta causa me ponho de joelhos diante do Pai, de quem toma o nome toda família, tanto no céu como sobre a terra” (Ef 3:14, 15).
O Pai de todos os crentes. Jesus apresentou as linhas-mestras desse relacionamento (Mt 5:45; 6:6-15), o qual é estabelecido mediante a aceitação que o crente faz de Jesus Cristo (Jo 1:12, 13). O Espírito Santo propicia a facilitação desse relacionamento. Cristo veio “para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos. E, porque vós sois filhos, enviou Deus ao nosso coração o Espírito de seu filho, que clama: Aba, Pai!” (Gl 4:5, 6; cf. Rm 8:15, 16).
Jesus revela o Pai. Jesus, o Deus Filho, ofereceu a mais profunda visão do Pai quando – na qualidade de autorrevelação divina – se tornou em carne humana (Jo 1:1, 14). João declara: “Ninguém jamais viu a Deus; o Deus unigênito, que está no seio do Pai, é quem o revelou” (Jo 1:18). Disse Jesus: “Eu desci do Céu” (Jo 6:38). “Quem me vê a mim vê o Pai” (Jo 14:9). Conhecer Jesus é conhecer o Pai.
1. Um Deus que dá. Na criação, o Pai e o Filho agiram conjuntamente. Deus nos concedeu a vida, apesar de saber que isso conduziria, afinal, à morte de seu próprio Filho.
2. Um Deus de amor. “Será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo. Pois Ele é benigno até para com os ingratos e maus. Sede misericordiosos, como também é misericordioso vosso Pai” (Lc 6:35, 36).
Três das parábolas de Cristo retratam o amorável interesse de Deus pela humanidade perdida (Lc 15). A parábola da ovelha perdida ensina que a salvação provém da iniciativa de Deus, e não decorre da busca que dele façamos. Assim como o pastor ama suas ovelhas e coloca sua própria vida em risco quando uma delas se extravia, assim – em medida muitíssimo maior – Deus manifesta seu anelante amor por todos os perdidos.
A parábola da dracma perdida enfatiza o imenso valor que Deus atribui a nós, pecadores. Por sua vez, a parábola do filho pródigo destaca o imenso amor do Pai, que de boa vontade recebe de volta o filho penitente. Se existe alegria no Céu por um pecador que se arrepende (Lc 15:7), imagine o gozo que tomará conta do universo por ocasião da segunda vinda de Cristo!
O Novo Testamento torna claro o íntimo envolvimento do Pai em relação ao retorno de seu Filho. Por ocasião da segunda vinda, os ímpios clamarão às rochas e montanhas: “Caí sobre nós e escondei- nos da face daquele que se assenta no trono e da ira do Cordeiro” (Ap 6:16). Jesus disse: “Porque o Filho do homem há de vir na glória de seu Pai, com os seus anjos” (Mt 16:27) e “vereis o Filho do homem assentado à direita do Todo-Poderoso, e vindo sobre as nuvens do céu” (Mt 26:64).
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