Essa reflexão será ampliada na medida do possível:
Será que deixar de comer carne só faria sentido se vivêssemos a dieta do Éden, com tudo exatamente como existia lá?
Nesse caso, gostaria de propor três possibilidades bíblicas:
1 - a carne teria sido liberada imediata e incondicionalmente (imediatamente: no momento do primeiro sacrifício, a carne estaria liberada para alimento; incondicionalmente: o uso estaria liberado mesmo fora do contexto do sacrifício, inclusive para alimento);
2 - Eles sacrificavam os animais, mas o uso para comida só teria sido liberado após o dilúvio, num intervalo de mais de 1500 anos;
3 - A carne foi liberada para uso combinado com outros alimentos e, depois do dilúvio, seu uso teria sido ampliado.
Gênesis 9:1-4 (E abençoou Deus a Noé e a seus filhos, e disse-lhes: Frutificai e multiplicai-vos e enchei a terra.
E o temor de vós e o pavor de vós virão sobre todo o animal da terra, e sobre toda a ave dos céus; tudo o que se move sobre a terra, e todos os peixes do mar, nas vossas mãos são entregues.
Tudo quanto se move, que é vivente, será para vosso mantimento; tudo vos tenho dado como a erva verde.
A carne, porém, com sua vida, isto é, com seu sangue, não comereis. Gênesis 9:1-4)
Essa passagem só parece fazer sentido se o uso da carne fosse liberado a partir daquele momento para consumo, visto que prescreve o uso sem sangue, exatamente como foi falado ao povo de Israel, ou seja, a fala a Noé só faz sentido se admitirmos que eles, antes, não faziam uso do alimento cárneo. Deus deu a eles a carne como alimento (versos 2 e 3), associou isso ao pavor dos animais e à restrição do uso do sangue (que também foi dado a Israel, mostrando que era uma proibição atemporal e, portanto, se usassem a carne antes disso, tal proibição seria desnecessária).
Logo, as possibilidades 1 e 3 são descartadas ou, tendo em mente Gênesis 9:1-4, são as menos prováveis.
Tendo isso em mente, biblicamente falando, ao menos numa reflexão inicial, principalmente tendo em conta o decaimento exponencial da expectativa de vida após o dilúvio (Gênesis 5 x Gênesis 11:10-32, dentre outros possíveis textos) combinado com o texto de Gênesis 9:1-4 indicando o uso da carne após o Dilúvio, o que mais parece adequado ao contexto bíblico é que, mesmo após o Éden, a carne não teria sido necessária para manter um padrão de expectativa antes do Dilúvio (930 anos de Adão com 950 anos de Noé), e após a liberação de Gênesis 9:1-4, a expectativa diminuiu bastante (930 anos de Adão para 600 anos de Sem, 438 anos de Arfaxade...).
Logo, o contexto indicaria a ausência do uso da carne associada a uma longevidade maior, e seu uso a uma longevidade menor. Mesmo que admitíssemos seu uso anterior, fica evidente que uma possível ampliação após o Dilúvio (Gênesis 9:1-4) resultou em prejuízo ao ser humano.
Posteriormente, espero ampliar o estudo. Graça e paz.
https://toaz.info/doc-view-2 - Dissertação
Há um estudo do Pr. Sérgio Monteiro, chamado "Na Presença do ETERNO - A carne como alimento nas Escrituras". É uma Dissertação de mestrado que ele fez. Vou postar aqui no grupo, para analisarmos.
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