"EntĆ£o Jesus, chamando-os para junto de si, disse: Bem sabeis que pelos prĆncipes dos gentios sĆ£o estes dominados, e que os grandes exercem autoridade sobre eles.
Não serÔ assim entre vós; mas todo aquele que quiser entre vós fazer-se grande seja vosso serviçal;
E, qualquer que entre vós quiser ser o primeiro, seja vosso servo;
Bem como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos.
E, saindo eles de Jericó, seguiu-o grande multidão."
"Ora, por ocasião da festa, costumava o presidente soltar um preso, escolhendo o povo aquele que quisesse.
E tinham então um preso bem conhecido, chamado BarrabÔs.
Portanto, estando eles reunidos, disse-lhes Pilatos: Qual quereis que vos solte? BarrabƔs, ou Jesus, chamado Cristo?
Porque sabia que por inveja o haviam entregado.
E, estando ele assentado no tribunal, sua mulher mandou-lhe dizer: Não entres na questão desse justo, porque num sonho muito sofri por causa dele.
Mas os prĆncipes dos sacerdotes e os anciĆ£os persuadiram Ć multidĆ£o que pedisse BarrabĆ”s e matasse Jesus.
E, respondendo o presidente, disse-lhes: Qual desses dois quereis vós que eu solte? E eles disseram: BarrabÔs.
Disse-lhes Pilatos: Que farei então de Jesus, chamado Cristo? Disseram-lhe todos: Seja crucificado."
"E muitos sinais e prodĆgios eram feitos entre o povo pelas mĆ£os dos apóstolos. E estavam todos unanimemente no alpendre de SalomĆ£o.
Dos outros, porƩm, ninguƩm ousava ajuntar-se a eles; mas o povo tinha-os em grande estima.
E a multidão dos que criam no Senhor, tanto homens como mulheres, crescia cada vez mais.
De sorte que transportavam os enfermos para as ruas, e os punham em leitos e em camilhas para que ao menos a sombra de Pedro, quando este passasse, cobrisse alguns deles.
E atĆ© das cidades circunvizinhas concorria muita gente a JerusalĆ©m, conduzindo enfermos e atormentados de espĆritos imundos; os quais eram todos curados.
E, levantando-se o sumo sacerdote, e todos os que estavam com ele (e eram eles da seita dos saduceus), encheram-se de inveja,
E lançaram mão dos apóstolos, e os puseram na prisão pública."
"E falaram Miriã e Arão contra Moisés, por causa da mulher cusita, com quem casara; porquanto tinha casado com uma mulher cusita.
E disseram: Porventura falou o Senhor somente por Moisés? Não falou também por nós? E o Senhor o ouviu.
E era o homem MoisƩs mui manso, mais do que todos os homens que havia sobre a terra.
E logo o Senhor disse a MoisĆ©s, a ArĆ£o e a MiriĆ£: Vós trĆŖs saĆ Ć tenda da congregação. E saĆram eles trĆŖs.
EntĆ£o o Senhor desceu na coluna de nuvem, e se pĆ“s Ć porta da tenda; depois chamou a ArĆ£o e a MiriĆ£ e ambos saĆram.
E disse: Ouvi agora as minhas palavras; se entre vós houver profeta, eu, o Senhor, em visão a ele me farei conhecer, ou em sonhos falarei com ele.
Não é assim com o meu servo Moisés que é fiel em toda a minha casa.
Boca a boca falo com ele, claramente e não por enigmas; pois ele vê a semelhança do Senhor; por que, pois, não tivestes temor de falar contra o meu servo, contra Moisés?
Assim a ira do Senhor contra eles se acendeu; e retirou-se.
E a nuvem se retirou de sobre a tenda; e eis que Miriã ficou leprosa como a neve; e olhou Arão para Miriã, e eis que estava leprosa.
Por isso Arão disse a Moisés: Ai, senhor meu, não ponhas sobre nós este pecado, pois agimos loucamente, e temos pecado.
Ora, não seja ela como um morto, que saindo do ventre de sua mãe, a metade da sua carne jÔ esteja consumida.
Clamou, pois, Moisés ao Senhor, dizendo: à Deus, rogo-te que a cures.
E disse o Senhor a Moisés: Se seu pai cuspira em seu rosto, não seria envergonhada sete dias? Esteja fechada sete dias fora do arraial, e depois a recolham.
Assim Miriã esteve fechada fora do arraial sete dias, e o povo não partiu, até que recolheram a Miriã.
Porém, depois o povo partiu de Hazerote; e acampou-se no deserto de Parã."
NĆŗmeros 12:1-16
"...Quantas vezes em nossos próprios dias Ć© o amor aos prazeres disfarƧado por uma "aparĆŖncia de piedade"! II Tim 3:5. Uma religiĆ£o que permite aos homens, enquanto observam os ritos do culto, entregarem-se Ć satisfação egoĆsta ou sensual, Ć© tĆ£o agradĆ”vel Ć s multidƵes hoje como o foi nos dias de Israel. E ainda hĆ” ArĆ£os flexĆveis, que ao mesmo tempo em que mantĆŖm posiƧƵes de autoridade na igreja, cederĆ£o aos desejos dos que nĆ£o sĆ£o consagrados, e assim os induzirĆ£o ao pecado...Aproximando-se do acampamento, viram o povo a aclamar e danƧar, em redor de seu Ćdolo. Era uma cena de alvoroƧo gentĆlico, imitação das festas idólatras do Egito; mas quĆ£o diverso do solene e reverente culto de Deus! MoisĆ©s ficou consternado. Acabava de vir da presenƧa da glória de Deus, e, embora tivesse sido avisado do que estava acontecendo, nĆ£o estava preparado para aquela hedionda mostra de degradação em Israel. Acendeu-se-lhe a ira. Para mostrar aversĆ£o pelo crime do povo, arrojou as tĆ”buas de pedra, e elas se quebraram Ć vista de todos, significando com isto que, assim como haviam quebrantado seu concerto com Deus, assim Deus quebrava Seu concerto com eles.
Entrando no acampamento, MoisĆ©s passou atravĆ©s das multidƵes entregues Ć dissolução, e, lanƧando mĆ£o do Ćdolo, atirou-o ao fogo. Em seguida reduziu-o a pó, e, havendo-o derramado sobre a torrente que descia do monte, fez com que o povo dela bebesse. Assim se mostrou a completa inutilidade do deus que estiveram a adorar.
O grande lĆder chamou a seu irmĆ£o culposo, e perguntou-lhe severamente: "Que te tem feito este povo, que sobre ele trouxeste tamanho pecado?" ArĆ£o esforƧou-se por defender-se, alegando o clamor do povo; declarando que, se nĆ£o se tivesse conformado com seus desejos, teria sido morto. "NĆ£o se acenda a ira do meu senhor", disse ele; "tu sabes que este povo Ć© inclinado ao mal; e eles me disseram: faze-nos deuses que vĆ£o adiante de nós; porque nĆ£o sabemos o que sucedeu a este MoisĆ©s, a este homem que nos tirou da terra do Egito. EntĆ£o eu lhes disse: Quem tem ouro, arranque-o; e deram-mo, e lancei-o no forno, e saiu este bezerro." Ćxo. 32:21-24. Ele queria levar MoisĆ©s a crer que se operara um prodĆgio: que o ouro fora lanƧado no forno, e por um poder sobrenatural se transformara em um bezerro. Suas desculpas e prevaricaƧƵes, porĆ©m, de nada valeram. Foi com justiƧa tratado como o principal culpado.
O fato de que ArĆ£o fora muito mais abenƧoado e honrado do que o povo, foi o que tornou o seu pecado tĆ£o hediondo. Foi ArĆ£o, "o santo do Senhor" (Sal. 106:16), que fizera o Ćdolo e anunciara a festa. Foi aquele que fora designado como o porta-voz de MoisĆ©s, e a respeito de quem o próprio Deus testificou: "Eu sei que ele falarĆ” muito bem" (Ćxo. 4:14), foi ele que nĆ£o pĆ“de sustar os idólatras no seu intento de afronta ao CĆ©u. Aquele por intermĆ©dio de quem Deus agira ao trazer juĆzo tanto sobre os egĆpcios como seus deuses, ouvira inabalĆ”vel a proclamação ante a imagem fundida: "Estes sĆ£o teus deuses, ó Israel, que te tiraram da terra do Egito." Ćxo. 32:8. Fora aquele que estivera com MoisĆ©s no monte, e ali vira a glória do Senhor, que vira que na manifestação daquela glória nada havia de que se pudesse fazer uma imagem, sim, foi ele que mudou aquela glória na semelhanƧa de um boi. Aquele a quem Deus confiara o governo do povo na ausĆŖncia de MoisĆ©s, foi encontrado a sancionar a sua rebeliĆ£o. "O Senhor Se irou muito contra ArĆ£o para o destruir." Deut. 9:20. Mas em resposta Ć fervorosa intercessĆ£o de MoisĆ©s, sua vida foi poupada; e, com arrependimento e humilhação pelo seu grande pecado, foi restabelecido no favor de Deus.
Se Arão tivesse tido coragem para se pÓr do lado do direito, sem se incomodar com as consequências, poderia ter impedido aquela apostasia. Se houvesse inabalavelmente mantido sua fidelidade para com Deus, se houvesse mencionado ao povo os perigos do Sinai, e os tivesse feito lembrar de seu concerto solene com Deus, para obedecerem a Sua lei, ter-se-ia sustado o mal. Mas sua conformação com os desejos do povo, e a calma segurança com que se pÓs a executar os seus planos, fizeram com que se atrevessem a ir mais longe, no pecado, do que antes lhes viera à mente fazer.
Quando MoisĆ©s, voltando ao acampamento, se defrontou com os rebeldes, a severa repreensĆ£o e a indignação que ostentou, ao quebrar as tĆ”buas sagradas da lei, foram pelo povo contrastadas com os discursos aprazĆveis e o porte fidalgo de seu irmĆ£o, e suas simpatias estavam com ArĆ£o. Para justificar-se, ArĆ£o esforƧou-se por tornar o povo responsĆ”vel pela sua fraqueza de ceder ao seu pedido; mas, apesar disto, estavam cheios de admiração por sua gentileza e paciĆŖncia. Mas Deus nĆ£o vĆŖ como o homem. O espĆrito condescendente de ArĆ£o e seu desejo de agradar, haviam-lhe cegado os olhos Ć enormidade do crime que estava a sancionar. Seu procedimento ao emprestar sua influĆŖncia para o pecado em Israel, custou a vida de milhares. Que contraste entre isto e a conduta de MoisĆ©s, o qual, ao mesmo tempo que executava fielmente os juĆzos de Deus, mostrava que o bem-estar de Israel lhe era mais caro do que a prosperidade, a honra ou a vida.
De todos os pecados que Deus punirĆ”, nenhum Ć© mais ofensivo Ć Sua vista do que aquele que incentiva o outro a fazer o mal...Posto que Deus houvesse atendido Ć oração de MoisĆ©s poupando a Israel da destruição, a apostasia deste havia de ser castigada de maneira assinalada. A iniquidade e insubordinação em que ArĆ£o permitira caĆssem, se nĆ£o fossem prontamente aniquiladas, passariam de motim Ć perversidade, e envolveriam a nação em ruĆna irreparĆ”vel. Com terrĆvel severidade devia o mal ser excluĆdo. De pĆ© Ć porta do acampamento, MoisĆ©s chamou ao povo: "Quem Ć© do Senhor, venha a mim." Ćxo. 32:26. Aqueles que se nĆ£o haviam unido Ć apostasia, deviam tomar posição Ć destra de MoisĆ©s; os que eram culpados, mas que se arrependeram, ficariam Ć esquerda. A ordem foi obedecida. Verificou-se que a tribo de Levi nĆ£o tomara parte no culto idólatra. Dentre outras tribos grande nĆŗmero havia dos que, embora houvessem pecado, exprimiam agora o seu arrependimento.
Mas uma grande multidĆ£o, maior parte daquela mistura de gente que instigara a execução do bezerro, obstinadamente persistiu em sua rebeliĆ£o. Em nome do "Senhor Deus de Israel", MoisĆ©s agora ordenou Ć queles Ć sua direita, que se haviam conservado inculpados de idolatria, que cingissem suas espadas e matassem a todos os que persistiam na rebeliĆ£o. "E caĆram do povo aquele dia uns trĆŖs mil homens." Ćxo. 32:28. Sem consideração para com posição, parentesco ou amizade, os cabeƧas daquele Ćmpio motim foram eliminados; mas todos os que se arrependeram e se humilharam foram poupados.
Aqueles que efetuaram esta terrĆvel obra de juĆzo, estiveram a agir com autoridade divina, executando a sentenƧa do Rei do CĆ©u. Os homens, em sua cegueira humana, devem acautelar-se de como julgam e condenam seus semelhantes; mas, quando Deus lhes ordena executar Sua sentenƧa sobre a iniquidade, Ele deve ser obedecido. Aqueles que realizaram este doloroso ato, manifestaram desta maneira sua aversĆ£o Ć rebeliĆ£o e idolatria, e mais completamente se consagraram ao serviƧo do verdadeiro Deus. O Senhor honrou-lhes a fidelidade, conferindo distinção especial Ć tribo de Levi..."
Deus nos livre da inveja e da rebelião:
ArĆ£o e Miriam eram mais velhos, mas nĆ£o tinham a mesma disposição em aprender e liderar conforme a vontade de Deus que MoisĆ©s. Enquanto MoisĆ©s era forte diante das injustiƧas e iniquidades, ArĆ£o era o "falso humilde" que apenas queria a aprovação popular. No caso de Daniel, Misael, Ananias e Azarias haviam outros com autoridade formal, mas que tambĆ©m nĆ£o desejavam buscar o conhecimento e prĆ”tica que eles estavam dispostos a buscar. No caso de Jesus, os fariseus e escribas possuĆam autoridade formal, mas nĆ£o a disposição em obedecer o que estava nas Escrituras (conforme nos mostra Mateus 23), e ver que JoĆ£o Batista e Jesus Cristo conseguiam conversƵes falando em arrependimento e confissĆ£o dos pecados os deixava furiosos ("Nós somos os lĆderes, mas eles Ć© que demonstram autoridade das Escrituras nas palavras e atos..." provavelmente passava em suas mentes e aƧƵes). Por isso questionaram a autoridade de Jesus para fazer as coisas.
O problema dessas pessoas Ć© que entenderam mal a função conferida a eles: a função era uma oportunidade de liderar o povo para fazer a coisa certa da maneira certa, e eles entenderam que a função daria o direito de fazer o que quisessem conforme suas próprias ideias: assim foi com ArĆ£o (principalmente no caso do bezerro de ouro, em que o medo de fazer a coisa certa e o mau uso da função trouxeram prejuĆzos tremendos) e Miriam; porĆ©m, no caso deles, a BĆblia mostra que mudaram. JĆ” no caso dos fariseus e escribas, quanto mais Jesus mostrava a incoerĆŖncia entre como deveriam ser as funƧƵes deles e o que eles realmente estavam fazendo, mais irados ficavam (afinal de contas, eles tinham as funƧƵes oficiais, e nĆ£o Jesus). Sempre que Deus levanta pessoas e as capacita conforme a Palavra, hĆ” alguns que glorificam a Deus, e outros (nĆ£o capacitados conforme a Palavra) que se opƵem.
Deus nos abenƧoe. GraƧa e paz.
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